Caos
É o caos de Eros no peito dorido
Do homem que se apaixona
É o fogo eterno que queima os sentidos
Na boca do homem que ama
É a viga sincera que espera e carrega
Os ombros do homem que quer
É a asa singela que plana aberta
E leva o esplendor à mulher
É a força imóvel e estática que traga
A alma dos desavisados
É a moça que toca o rosto e afaga
O corpo e torce os lábios
É a cena que corre espontânea e lenta
É o roteiro de um filme sem fala
É a folha que cai sobre o chão e estala
É o morro e o topo onde venta
É a dúvida cega e a chaga dolente
São os pedaços de carne cortada
É o soneto tristonho é a paz na estrada
É a dor que castiga a gente