SEPARA-NOS... (Poema 1550)
O ínclito espaço
De várias ou apenas uma geração
Separa-nos
A minha sede pela imortalidade
Que me faz ir por caminhos tais
Que impedem
Essa improvável mas ansiada União
Separa-nos
O teu doce olhar
Que exibes envolto em inúmeras ternuras durante o dia
Separa-nos
A minha incapacidade de reter e preservar a beleza
Numa alma
Que tudo perde em noites quentes para mim, mas para ti frias
Invólucro duma aura
Sequiosa e consciente da sua pobreza
Que ao mesmo tempo
Demasiado cria
Separa-nos
A minha capacidade de perceber os grandes mistérios do Universo
E de não saber os pequenos que vivem e morrem ou proliferam em 24 horas
Separa-nos
O querer reter tudo sem o assimilar
Sem demora
Separa-nos
O suave toque dos nossos lábios
Os envolventes e seguintes afectos
Separa-nos
Em conhecer
Mas ousar querer para sempre
Para germinar e estudar esta tão cara espécie de objecto
Separa-nos
A concepção do Amor
E a sua constante profusão
Separa-nos
Eu não conseguir distingui-lo
Entre a alma
E o coração…
Separa-nos…