O SULTÃO FIEL
O meu olhar entusiasta não se abastece pelas ruas ofertantes;
É bem verdade que são rápidos e viajantes, porém discernem com justiça cada oferta;
Não abdica da fortuna certa, não sucumbe como presa de arapucas flertantes;
Não come o pão dos errantes, nem segue todo aparente sol que lhe desperta!
A minha face resplandece, é bem verdade, perante tudo que a carne cogita;
Mas não se submete a todo enredo que se dita, porque prefere sossegar em seus roteiros;
Nem todos os egos travessos são arteiros, nem todo ator é perfeito artista;
Não me seduz a vida de equilibrista, não vejo acertos que valham o fruto dos erros!
Assim vou eu com esse meu etos de sultão a preferir sua tenda vazia;
Porque ela se enche de alegria tal como a brisa que por um suficiente céu se embasa;
Não há motivos para o medo que arrasa, não há o que justifique a insegura agonia;
Pois tudo que um homem feliz precisaria eu já disponho lá em casa!