O SULTÃO FIEL

O meu olhar entusiasta não se abastece pelas ruas ofertantes;

É bem verdade que são rápidos e viajantes, porém discernem com justiça cada oferta;

Não abdica da fortuna certa, não sucumbe como presa de arapucas flertantes;

Não come o pão dos errantes, nem segue todo aparente sol que lhe desperta!

A minha face resplandece, é bem verdade, perante tudo que a carne cogita;

Mas não se submete a todo enredo que se dita, porque prefere sossegar em seus roteiros;

Nem todos os egos travessos são arteiros, nem todo ator é perfeito artista;

Não me seduz a vida de equilibrista, não vejo acertos que valham o fruto dos erros!

Assim vou eu com esse meu etos de sultão a preferir sua tenda vazia;

Porque ela se enche de alegria tal como a brisa que por um suficiente céu se embasa;

Não há motivos para o medo que arrasa, não há o que justifique a insegura agonia;

Pois tudo que um homem feliz precisaria eu já disponho lá em casa!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 17/12/2008
Código do texto: T1340206
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