O ENTARDECER E O AMOR PERDIDO
Foges...
Da luz os raios derradeiros
São uma poça de sangue no horizonte.
Teu rosto está ferido...
Igual o pranto que desprende ao monte
O dia em despedida...
Morre o entardecer, a noite chega
E encobre o descampado a veste negra
Que o amor veio aquecer...
E todos os casais, quais passarinhos
Procuram nestas horas os seus ninhos
E o amor volta a nascer...
E tu foges...
Ainda estas sozinha nesta hora
Nas praças, nos jardins... Tal qual a aurora
Teu pranto vai ao chão...
Tu choras um amor que nunca volta,
Pois este, quando passa pela porta,
Não volta ao coração.