AMOR HIBERNADO

O sol pinga na janela

E a chuva brilha no céu

Nesta terra recôndita

Que a espaços me interrogo

Se será pertença de algum Deus

Deixando uma estranha e permanente melancolia

Me invadir

Pois desconheço as dimensões das suas fronteiras

E por isso não sei bem para onde ir

Pensamento revelador

E enviesado

Pois quase toda a gente sabe

Que gostava de partir

Para estar a teu lado

Embora não saiba realmente para onde me dirigir

Porque me faltam forças e vontade

Para as barreiras deste mundo

Transgredir

Porque me sinto de uma forma agridoce bem

Porque a ausência de um sol permanente

Me fazem conjecturar

Que se aqui não há dor

Porque razão hei-de querer ir ao seu encontro

Para velhas feridas nunca saradas

E um sofrimento envolto falaciosamente em amor encontrar?

Vivendo nesta planeta algo surreal

Nesta realidade paralela onde não te vejo

Mas onde as suas defesas não me impedem de te sentir

Quebrando os laços de uma imortalidade algo mórbida

De um exílio invernoso

Onde o Amor sem dúvida existe

Mas enfraquecido

Está longe de ser

Assim tão vigoroso

Diminuindo uma riqueza interior que poderia ser esplendorosa

Mas prefiro uma pobreza calma

Do que uma opulência poderosa

Que me dilaceria

A qualquer segundo

A qualquer hora…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 17/12/2008
Código do texto: T1339946
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