AMOR HIBERNADO
O sol pinga na janela
E a chuva brilha no céu
Nesta terra recôndita
Que a espaços me interrogo
Se será pertença de algum Deus
Deixando uma estranha e permanente melancolia
Me invadir
Pois desconheço as dimensões das suas fronteiras
E por isso não sei bem para onde ir
Pensamento revelador
E enviesado
Pois quase toda a gente sabe
Que gostava de partir
Para estar a teu lado
Embora não saiba realmente para onde me dirigir
Porque me faltam forças e vontade
Para as barreiras deste mundo
Transgredir
Porque me sinto de uma forma agridoce bem
Porque a ausência de um sol permanente
Me fazem conjecturar
Que se aqui não há dor
Porque razão hei-de querer ir ao seu encontro
Para velhas feridas nunca saradas
E um sofrimento envolto falaciosamente em amor encontrar?
Vivendo nesta planeta algo surreal
Nesta realidade paralela onde não te vejo
Mas onde as suas defesas não me impedem de te sentir
Quebrando os laços de uma imortalidade algo mórbida
De um exílio invernoso
Onde o Amor sem dúvida existe
Mas enfraquecido
Está longe de ser
Assim tão vigoroso
Diminuindo uma riqueza interior que poderia ser esplendorosa
Mas prefiro uma pobreza calma
Do que uma opulência poderosa
Que me dilaceria
A qualquer segundo
A qualquer hora…