DEIXA PASSAR O TEMPO, MEU AMOR, DEIXA PASSAR O TEMPO...

Flor que se planta por e ao acaso

E ao nascer

Faz correr um frémito de admiração

Flor plantada em antigos campos de cinzas

Onde em tempos enterrei o meu coração

Sinal que a esperança não é algo vago

É algo real

Do qual posso tirar provento

Perante a ampulheta imprevisível

Suspiro e digo

Deixa passar o tempo, meu amor, deixa passar o tempo…

E eu…

Eu olho as nuvens por mim a desfilar

Esperando que a sua cadencia seja interrompida

Para um pouco de sol admirar

Deixando a minha modorra emotiva

Que brilha quando o nevoeiro

Ou algo no seu lugar

Me conduzem para uma espécie

De mundo palaciano interior

Onde costumo hibernar

Porque se debaixo da Grande Árvore da criação me foste encontrar

Sorrindo com ternura

Me pedindo para te acompanhar

Em mil e uma aventuras

Por mil e um locais

De rumo indefinido

Que me completavam, que janelas da percepção abriram

Mas na verdade

O que mais me interessava era estar contigo

Nesse grande palco que era o mundo e as suas ramificações

Tudo acaba, tudo começa

Nas poderosas emoções

Que como raízes invadiram o meu espaço

Me preencheram por infinitas e sábias razões

A despedida é sempre um fim do princípio

Com o qual estou a aprender a lidar

Neste meu promontório Universal

Onde tudo ou demasiado nada tenho a esperar

Pedindo-te a Ti

Que passas aleatoriamente por mim

Algo que me reforça e confere alento:

Deixa passar o tempo, meu amor, deixa passar o tempo…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 17/12/2008
Código do texto: T1339898
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