ÉRAMOS MAIORES DO QUE PRÓPRIA VIDA...
No sangue jovialmente perene que nos corria nas veias
Na força dos nossos Objectivos
No suspiro continuo que era o nosso amor
Na nossa insatisfatória alegria
Estávamos além
Éramos Maiores do que a própria Vida…
Na desenvoltura com que transformávamos pesadelos em sonhos
No paradigma paradoxal que era a nossa forma de sonhar
Na vontade inconstante de estar Aqui
E ao mesmo tempo em qualquer outro lugar
Éramos Maiores do que a própria Vida…
Nos beijos cálidos com que rasgávamos a solidão e o frio da noite
Na nossa forma de mutuamente ternamente nos olhar
Na imprecisão de sentidos
Mas convicta no instinto que me guiava até Ti e que me dizia que era contigo que queria estar
Éramos Maiores do que a própria Vida…
Na pena sem remissão que era observar a tua sazonal tristeza sem que nada pudesse fazer
Nos sorrisos que me davas depois de atravessares a tua nebulosa tão especial
Nos momentos vividos que apesar de segundos pareciam séculos
Pegava no que amava mais em Ti e fazia disso o meu sagrado Ideal
Éramos Maiores do que a própria Vida…
Na luta eterna contra a natureza que fez de nós o protótipo dos inadaptados
Na convergência de sentidos que fez de nós amantes e supremos aliados
Na força que nos dilacerou
Quando as diferenças eram tão portentosas
Que até o nosso todo separou
Quebrou
Em mil e um bocados
Que andámos
Separados a tentar inutilmente os colocar no mesmo local
Ignorando
Ou fazendo por isso
Que quando algo se dilacera
Para sempre nada fica igual…
Éramos Maiores do que a própria Vida…