SE O AMOR NOS VEM
Quando a paixão de um homem como um círio aceso
Na alma fria vela a solidão,
Cai-lhe a cera dos olhos derretida em prantos,
Do pranto cai-lhe a dor que esmaga o chão.
E tudo é sofrimento...
É essa a alma uma ave triste
Que perdera o canto...
Mas quando a namorada pega esta pobre ave
E acolhe-a em seu seio, sob o farto manto,
Quando dá-lhe os braços,
Quando dá-lhe amor,
Sai do casulo da tristeza o homem.
Qual ave agora que secou suas penas,
O homem faz a corte da morena,
Traz presentes e flor.
Parece levitar num paraíso,
Reage a tudo em volta com o sorriso
Que desvanece a dor.