AO SOL DO ENTARDECER
Quando o sol brilha à tardinha,
Se despedindo do mundo,
Nesse acalento profundo,
Me entrego a doces lembranças,
Que trago desde criança,
Dos recantos da esperança
De que em dias de mormaço,
Depois de entregue ao cansaço,
Te teria doce e tenra
Ao achegar-se a noitinha.
Ah! Minha esposa graciosa,
Se não fosse teu aconchego,
Nesses teus braços me achego,
Realizando os meus sonhos,
Pois de dias enfadonhos
Tu que me curas a dor,
Porque me dás teu amor,
Porque me dás teu carinho
E aconchegas meu cantinho
Onde me aguardas saudosa.
Se não fosse por teus lábios,
Que me acalentam a alma,
Se não fosse por tuas mãos,
Que toda angústia acalma,
Se não fosse por teu peito,
Onde deponho o cansaço,
Meu mundo inteiro não era
Mais que um vazio no espaço.
Se não fosse por tua boca,
Que me enaltece o ego,
Se não fossem por teus olhos,
Cujo horizonte me apego,
Se não fosse por teu corpo,
Onde eu encontro prazer,
O que seria da vida?
...Não valeria viver.
Wilson do Amaral