CLEÓPATRA CABOCLA
Uma rainha dentre os mitos afortunados, me apareceu pelos rincões interioranos;
A culminância fulminante de seus fitos castanhos, pelo meu sangue se alastrou;
Longos e lisos cabelos que a química estética nunca visitou, ingênua meiguice de colóquios errôneos;
Incendiaram meus sonhos e de todos os meus hormônios não se apiedou!
Aquela pele tão mestiça é canto mago que ao desavisado enfeitiça;
E o paraíso escondido pelo vestido de tal modo me atiça, que posso vê-lo até não despojado;
Algo inenarrável foi arrancado contemplá-lo e vislumbrado sua então intocada vista;
Qual trôpego equilibrista, ali me vi entre o céu e o pecado!
Todo o delírio que encenamos será contado eternamente por minhas recordações;
Nem as febris alucinações poderiam edificar simpleza tão envolvente;
Musa inocente e de refinos ausentes, mata e nem sente os corações;
Ela é selvagem como os vulcões e tão imponente quanto as serpentes!