AMORES OPOSTOS

Mulher vivida e genitora se viu perdida nos apelos do mancebo;

Cujo viver ainda aflora cedo, enquanto ela é transeunte experiente;

Não mais que de repente se dão às armadilhas do desejo;

Ímpetos desatam os laços do meço, contraste de magia envolvente!

Então se dão os alaridos cujo propósito é tal "ultraje" contrapor;

E o que será de tal amor a desfilar por universos tão opostos?

Permanecerão dispostos a transgredir perante o mundo e militar a seu favor?

Subsistirá simétrico ardor ou não resistirão aos óbvios pressupostos?

Cogita o preconceito que não se inflama como antes a diva já madura;

Também o estereótipo perdura que a juventude é mergulho hormonal;

E se a suspeita desleal vier a ser sinal de um possessivo mal sem cura?

Teria ela argumentos à altura para contê-lo em sua impetuosidade visceral?

A jovialidade é espiritual, é o que todos vivem a dizer;

Mas quando o peso etário pender, será menor que as cobranças da paixão?

E qual será a solução para a relação entre dois mundos a se contradizer?

As rugas não irão prevalecer ou padecerá o amor nas guilhotinas do padrão?

"Quando o relógio do amor costuma trabalhar, não se domina a preferência dos ponteiros"

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 14/12/2008
Reeditado em 23/12/2008
Código do texto: T1334797
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