SÁBADO AMANTE
Lá fora o sol deflora metáforas empederníveis e lhes converte em flores;
Chegou precisamente pra dissipar seus opositores, nos adveio qual troféu;
É hora e dia de estancar o fel, não mais servir ao destino e dele ser senhores;
Hoje nossos lábios são tenores, cantando a paixão que sai da Terra e adorna o céu!
É finda finalmente a jornada da semente proibida;
Nossa vereda surreal achou saída, do nosso arbusto despontamos imponentes;
Calados estão os prováveis descrentes e o não da decência fugiu da guarida;
O prazer veio cumprimentar nossa investida e nos presenteou com anelos ardentes!
Que se prepare o leito vazio de até então, não se impressionem as quatros paredes que vão nos assistir;
O que nos impediu até aqui, cai de joelhos nesse dia promissor;
O passo além é hoje o emissor de tudo que a vontade assumida ousou poder ouvir;
Pois hoje finalmente vamos nos nutrir de tudo quanto a fantasia tão somente almejou!
E os largos passos da volúpia irão deixar pra trás o proibido fabricante de inércia;
Hão de encaixarem-se as peças, o nosso crime padecerá seu bem;
Porque o sábado nos diz que agora vêm e a superfície beijará sua paixão imersa;
Foi-se o tempo do afã e da conversa, é hora do inimaginável ir muito além!