Desatinos, poeira de saudade.
Quando notei sua ausência, já era tarde.
Lembrança desbotada, bilhetes perdidos, frases inacabadas e silêncios.
Tempo vazio, direções opostas,  sonhos aos pedaços
Dias de nós apertados, inércia absurda, o som do carrilhão ponteando as horas.
O  sal da terra absorveu meu pranto, choro engolido, sofrido, escondido.
Noites sem fim,  desatinos incontidos, ventania e valsas de menina.
E ainda assim, eu não entendia nada, e porque haveria de compreender?
A dor chegou com a nova estação, constatação do obvio mal disfarçado.
Parada sob a chuva fria, no meio da poça, de mãos dadas com a solidão.
Sapatos molhados, mágoas guardadas em potes de mel.

 






 
Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 12/12/2008
Reeditado em 05/09/2018
Código do texto: T1332264
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