Pirracento
Edson Gonçalves Ferreira
Pàra, telefone, pára
Meu amor não se aquieta
Liga sem parar
Oitenta chamadas num dia só é de amargar
Não atento, pirracento
Amor assim sufoca
Preciso escrever, preciso trabalhar
Ninguém vive de 'eu te amo"
Danado de bom ouvir
Se for verdade, melhor
Quando é mentira, a gente finge que acredita
Mas não ligue mais tantas vezes
Qualquer hora mando o diabo na parede
Treco mais infernal existe que celular
Acho que nós inventamos uma monstruosidade
Cada vez mais somos vigiados
Tem câmera espalhada por todos os cantos
Ainda bem que podemos desligar o mostrinho do celular
Agora, ficar juntinho com quem a gente ama é bão demais
Principalmente, quando se tem tempo
E tesão, depois, beijinho, beijinho e tiau.
Divinópolis, 13.12.08