Pirracento

Edson Gonçalves Ferreira

Pàra, telefone, pára

Meu amor não se aquieta

Liga sem parar

Oitenta chamadas num dia só é de amargar

Não atento, pirracento

Amor assim sufoca

Preciso escrever, preciso trabalhar

Ninguém vive de 'eu te amo"

Danado de bom ouvir

Se for verdade, melhor

Quando é mentira, a gente finge que acredita

Mas não ligue mais tantas vezes

Qualquer hora mando o diabo na parede

Treco mais infernal existe que celular

Acho que nós inventamos uma monstruosidade

Cada vez mais somos vigiados

Tem câmera espalhada por todos os cantos

Ainda bem que podemos desligar o mostrinho do celular

Agora, ficar juntinho com quem a gente ama é bão demais

Principalmente, quando se tem tempo

E tesão, depois, beijinho, beijinho e tiau.

Divinópolis, 13.12.08

edson gonçalves ferreira
Enviado por edson gonçalves ferreira em 12/12/2008
Código do texto: T1331692
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.