DISSESTE-ME...(Versão 2008)
Disseste-me
Para escolher aquela porta
Que me indicasse o sétimo sentido
Por detrás da qual
Haveria um mundo
Onde estarias comigo
Pois
Disseste-me
Que seria algo de transcendente
Diferente de tudo o que vi
Até ali
Que poderia parecer
Um reino do pecado venial
Mas
Apesar de algo metido comigo
Abri essa porta
E nela não vi
Nada de especial
Vi-te a Ti
Minha amante desesperada
Vi mentes conturbadas
E corpos descansados
De forma latente intranquilos
Mas na forma calmos
Porque não estavam sós
Estavam acompanhados
Vi
Um brutal desperdício de momentos
Um exacerbar inútil de ternuras
Uma noite que nunca adormecia
Vi um pacto
Que tocava no cerne carnal
Mas menosprezava
O mental
Vi momentos
Perfeitamente banalizados
Vi um amor
Que em vez de usar
Era usado
Vi a eternidade
Num certo tipo de trevas
Mas preferi
A caducidade
Vivida na minha luminosidade
E aprendi
Que o dia
Era a solução
Que às vezes
Mais do que uma certa companhia
A solidão
Era a solução…
Disseste-me…