História de um José
Era uma vez um homem infeliz,
Vivia com a mãe e era solteiro.
Um dia casou-se com a mulher que ela quis,
Achando por bem o negócio certeiro.
A mãe, uma beata, vivia de preto,
Aclamando ao mundo notável viuvez.
Mas poucos sabiam a verdade do feito:
Nunca um marido tocara-lhe lhe a tez!
Assim se vestia devido à vergonha,
De ter se entregado a alguém por amor.
Seus sonhos de moça ficaram na fronha,
Nos alvos lençóis numa tarde de ardor.
A esposa era séria, à toa não ria,
Loirinha, miudinha e muito carola.
Mas o diabo que a tal escolhida era fria,
E entrega-se a ele como simples esmola.
José entendeu então, sua sina:
Casado, desprezado e entediado.
De que adiantava a moça ser fina?
Queria mesmo era ser bem amado.
Uma noite, as duas contentes anunciaram,
Que fariam uma benta e breve excursão
Morreram e seus corpos não encontraram,
Viu-se viúvo, em total solidão.
Seis meses depois, uma comentada novidade:
Casara-se de novo, com mulher de nome Ana.
Estava feliz com sua escandalosa realidade:
Todos sabiam que a moça era mundana.
(Maria Fernandes Shu – 11 de dezembro de 2008)
Era uma vez um homem infeliz,
Vivia com a mãe e era solteiro.
Um dia casou-se com a mulher que ela quis,
Achando por bem o negócio certeiro.
A mãe, uma beata, vivia de preto,
Aclamando ao mundo notável viuvez.
Mas poucos sabiam a verdade do feito:
Nunca um marido tocara-lhe lhe a tez!
Assim se vestia devido à vergonha,
De ter se entregado a alguém por amor.
Seus sonhos de moça ficaram na fronha,
Nos alvos lençóis numa tarde de ardor.
A esposa era séria, à toa não ria,
Loirinha, miudinha e muito carola.
Mas o diabo que a tal escolhida era fria,
E entrega-se a ele como simples esmola.
José entendeu então, sua sina:
Casado, desprezado e entediado.
De que adiantava a moça ser fina?
Queria mesmo era ser bem amado.
Uma noite, as duas contentes anunciaram,
Que fariam uma benta e breve excursão
Morreram e seus corpos não encontraram,
Viu-se viúvo, em total solidão.
Seis meses depois, uma comentada novidade:
Casara-se de novo, com mulher de nome Ana.
Estava feliz com sua escandalosa realidade:
Todos sabiam que a moça era mundana.
(Maria Fernandes Shu – 11 de dezembro de 2008)