ESTE TEMPO QUE PASSA E NÃO PASSA...

Este tempo que passa

E ao mesmo tempo

Teima em não passar

Este tempo que leva

E trás de novo

O meu amar

E eu desejava

Que ele se cristalizasse

Na chuva suave que bate nas janelas

No fumo dum cigarro

Que me recuso por ora a acender

No brilho do teu sorriso

Que foi a última coisa

Que de ti pude ver

Revolta-me a tirania desse tempo

Revolta-me não o poder alterar

Revolta-me ter sido um quase amante

E com esse epíteto

Ter de me consolar

Nos passos firmes que dou

Em direcção a um futuro

Nas palavras calorosas

Que gero

Dando uma certa impressão

Afinal errada

Pois não sou assim tão indiferente

Assim tão duro…

Como a pedra

Com que talho

Mil e uma ficções

Com romances bem sucedidos

Com que consolo

As minhas goradas

E algo falhadas emoções

Onde há a vontade de extravasar

Naturalmente

E sem figuras de estilo

Um

“Amo-te…”

Que gostava que o tempo deixasse intocável

E nem sequer se atrevesse

A alterar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 11/12/2008
Código do texto: T1329961
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.