O ILUSIONISTA

A sua lavra é vara de condão, suas estrofes são mágica cartola;

Ele transforma a tua história, plantando rosas em campos minados de carências;

Mergulha habilmente por tuas essências, irriga de esperanças o cenário que te assola;

Teu corpo se assanha e teu rosto chora, paixão surreal repleta de evidências!

Ele consegue traduzir os teus enigmas e não te importas se são signos imaginários;

Qual general dentre os templários, sua espada te assegura o que te nega clara visão;

Mulher experiente vira adolescente vazão, flor debutante sente-se madura em sonhos vários;

O que te escreve repercute em teus diários e invade tua mais proibida intenção!

Teu Átila poético guerreia triunfante sobre os atlas de teus segredos;

Só ele é mais forte que teus medos, por ele tu farias improváveis;

Nele teus sabores são degustáveis, levando os frágeis anelos por herculanos enredos;

Tão longe do tato e tão dentro dos seios, até os seus silêncios te são palatáveis!

Pertence a ti, pertence a tantas, talvez ninguém o tenha;

Mas tua miragem em sua estrofe te desenha, pra que de algo se contenha teu coração;

Dele ouves sim mesmo quando diz que não, tens como refém antes que outra o retenha;

Não podes deletar o dono de tua senha, mesmo que o fogo dessa lenha não passe de ilusão!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 11/12/2008
Reeditado em 11/12/2008
Código do texto: T1329893
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