O ILUSIONISTA
A sua lavra é vara de condão, suas estrofes são mágica cartola;
Ele transforma a tua história, plantando rosas em campos minados de carências;
Mergulha habilmente por tuas essências, irriga de esperanças o cenário que te assola;
Teu corpo se assanha e teu rosto chora, paixão surreal repleta de evidências!
Ele consegue traduzir os teus enigmas e não te importas se são signos imaginários;
Qual general dentre os templários, sua espada te assegura o que te nega clara visão;
Mulher experiente vira adolescente vazão, flor debutante sente-se madura em sonhos vários;
O que te escreve repercute em teus diários e invade tua mais proibida intenção!
Teu Átila poético guerreia triunfante sobre os atlas de teus segredos;
Só ele é mais forte que teus medos, por ele tu farias improváveis;
Nele teus sabores são degustáveis, levando os frágeis anelos por herculanos enredos;
Tão longe do tato e tão dentro dos seios, até os seus silêncios te são palatáveis!
Pertence a ti, pertence a tantas, talvez ninguém o tenha;
Mas tua miragem em sua estrofe te desenha, pra que de algo se contenha teu coração;
Dele ouves sim mesmo quando diz que não, tens como refém antes que outra o retenha;
Não podes deletar o dono de tua senha, mesmo que o fogo dessa lenha não passe de ilusão!