CINZAS DA PAIXÃO
Já não tenho forças
Para te aconchegar
Falta-me um sentido concreto e definido
Para o nosso fogo alimentar
Já não consigo
Ver o horizonte de amor
Onde te costumava
Ver comigo
Já aprendi a nadar
Nas ondas alteradas
Agora calmas
Que eram fruto das lágrimas
A quando dos teus silêncios
Derramadas
Já não vejo num certo tipo de fantasmas
Um inimigo invencível
Faz parte do processo
Que constitui viver sem Ti
Que tem um algo de renascer
E já nada de risível
Já escrevo novas trovas
Dum vento que está por mim a passar
Estou ao mundo
Novos mundos dar
Já voltei à minha antiga paixão
De descobrir novas músicas
Novas palavras
De me deixar seduzir por elas
E de com elas renascer
Um pouco todos os dias
Do universo de cinzas
Resultado
Do arder
Do que fomos
Ou poderíamos ter sido
Duma ilusão
Ou do êxtase
De ter vivido
Numa outra dimensão
Onde tinha deixado o meu Ser
E trocado por outras vestes
Que definitivamente me estão apertadas
Indicio por demais óbvio
Que devo regressar ao velho novo mundo prenhe de estrelas e dum certo tipo de outras palavras
Minha real
E genuína morada…