Ao Homem Blasé
Vem!
Turvar-me de ardor
em reticências
prolongadas vozes silenciosas
monossílabos pronunciados
de pronto.
(livre e nu
de palavras
minha solidão se inquieta)
Vem!
Dançar comigo
no retilíneo acorde
sôfrego,
ao fundo...
Respira! Arfa!
Suspira!
Vem!
Dizer-me
que te ardes calado
ou quieto, pleno de mim
um desejo de ir-se
sem me ter
querendo se fazer
uma só carne
tórrida
desfigurados de nós.
(Uno ao silêncio)
Grite!
como no movimento eloqüente
do teu espaço
Subamos!
paredes com tua elegância
ardências ditas por teu olhar
errante
Venha!
Morreremos imensamente
a cada instante
intensos
sem palavras
do nosso ritmo dito
clamado
em acordes surdos
de tudo
nosso
guardado.