Ao Homem Blasé

Vem!

Turvar-me de ardor

em reticências

prolongadas vozes silenciosas

monossílabos pronunciados

de pronto.

(livre e nu

de palavras

minha solidão se inquieta)

Vem!

Dançar comigo

no retilíneo acorde

sôfrego,

ao fundo...

Respira! Arfa!

Suspira!

Vem!

Dizer-me

que te ardes calado

ou quieto, pleno de mim

um desejo de ir-se

sem me ter

querendo se fazer

uma só carne

tórrida

desfigurados de nós.

(Uno ao silêncio)

Grite!

como no movimento eloqüente

do teu espaço

Subamos!

paredes com tua elegância

ardências ditas por teu olhar

errante

Venha!

Morreremos imensamente

a cada instante

intensos

sem palavras

do nosso ritmo dito

clamado

em acordes surdos

de tudo

nosso

guardado.

Ana Paula Perissé
Enviado por Ana Paula Perissé em 10/12/2008
Código do texto: T1328318
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