MEU AMOR À LA GINSBERG
Francamente, há muito tempo
Que não somos como já fomos.
Caralhos de medo.
Paranóias inexplicáveis.
Putrefação mental.
Tudo isso adentrou nossa vida,
E o amor hoje, não passa de sexo anal.
Ela dando para mim como
Se fizesse o maior sacrifício
De seu verdadeiro, mas ferido coração.
“Está bem!” -gritou eu para ela.
“Sou um puto de um saudosista,
Mas quando o presente não vale mais que uma lembrança
O que se deve fazer?”
E o meu sexual coração,
Sofre em suas mãos
Com suas unhas tristemente ruídas.
E o meu órgão não é mais
Que um pedaço de carne que a incomoda periodicamente.
Mas eu amo com um amor doente,
Ardente e com uma fraqueza demente.
Eu sou uma porra
De um fantoche em suas mãos.
Ela é um fruto de sua geração.
Eu um fudido de uma rebelião louca
Contra um mundo já derrotado
Que nos faz afundar em sua derrota
E desgraçado conformismo.
Eu velho, cercado de velhos mortos,
Cansado de tantos destroços.
Respiro o ácido ar da embriaguez
E bebo até o cu fazer bico.
E logo depois colo a cara
Na privada e me vejo
Naquele espelho natural.
Dou uma gargalhada,
E até que ainda não estou de todo mal.