AMANTES QUASE IMORTAIS (Adeus minha Amante...) -O que fariam se se soubessem imortais? -

-O que fariam se se soubessem imortais? -

Eu amava para sempre

Adeus minha amante

Ferida pelo tempo

Mas não pelo espaço

Deixaste-me aqui

E para sempre só

Numa dor tão grande

Como é o embaraço

De te ter tido

Durante uma eternidade

De te ter amado

O que em mim

Era uma raridade

Adeus minha amante

E vou-me sempre lembrar de Ti

Assim como me lembro

Os primeiros tempos do nosso amor

Em que me cantavas histórias

Numa língua agora morta

Da glória

Do Império milenar

Das águias

Que por um instante

Também se julgou eterno

Adeus minha amante

Com a qual corri

Todos os cantos de um planeta

Demasiado pequeno para nós

Para a nossa alma de esteta

Que nos levava

As suas maravilhas pintar

Ou escrever

A história da história

Que estava a decorrer

Perante os nossos olhos

De Amantes Imortais

Realmente pela genética do sangue sós

Sangue e carne

Que não envelhecia

E que reforçava o afecto

Na carestia

Dos nossos ideais

Pois o meu Ideal eras Tu

Sendo o resto

Algo de latente

Mas nunca realmente presente

Adeus minha amante

Até ao dia

Em que começaste

Ou decidiste envelhecer

Por vontade

Ou por uma estranha fraqueza

Quiseste morrer

Estranhando eu

Semelhante desejo

Perguntei-te

Porque recusavas a Imortalidade

E porque a caducidade

Passou a teu mais caro anseio

E com os olhos

Onde ainda brilhava uma centelha

Do maravilhoso

Achaste

Que era chegada a tua hora

Teu tão temido

Por mim

Fim

Sem nada que pudesse fazer

Para tal vontade

Demover

Fiquei contigo

Até

Ao teu último suspiro

Recordando-te

Até ao colapso Universal

Recordando-te

Agora

Em Plena Cassiopéia

Acrescentando aos meus sonhos

E a coisas

Que nunca nenhum humano viu

Acrescentando lágrimas

“Que se perdem no tempo

como lágrimas na chuva”

Acrescentando um amor

Que não fenece

Que floresce

Da tua campa distante

E que ainda perdura

E perdurará

Até que esse mesmo tempo

Me desfaça

Ou que eu perca a vontade

Que ainda me trás por cá…

Adeus minha amante…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 09/12/2008
Reeditado em 09/12/2008
Código do texto: T1326550
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