Hoje eu soube que estás sofrendo.
Disseram-me que estavas triste...
Lágrimas de rubi rolaram dos meus olhos
Caindo nos botões de rosa
Que se desfolharam no chão...
As estrelas se apagaram
E a brisa da noite tornou-se lamento.
Ao longe late um cão.
Rodeia-me um grande silêncio.
Quero esvaziar-me de mim
E ir ao teu encontro,
Fazendo-me alegria...
Tirar a ruga que franze tua testa,
Teus olhos magoados
E tua sensação de impotência.
Pudesse eu...
Mas este dom não me é dado.
À distância, eu ouço o teu soluço
E ouço também
O teu mudo sofrer.
Pois tu não falas
E teu imenso doer
Faz-se sem sons,
Apenas pela sombra que turva os olhos teus
E roubou teu sorriso
Tão alegre
Em outros tempos...
Quisera poder...
- Acender estrelas nos teus olhos...
- Fazer-me fonte de água cristalina
Para que pudesses banhar a fronte... E descansar!
Ser-te Paz...
Mas também é grande a minha impotência
Ante o imutável...
Quisera ser o filtro mágico
Que te devolvesse a alegria!
Sinto-te perdido,
Não para mim,
(Nunca foste meu!)
Mas de ti...
Que minhas lágrimas
Com o fulgor dos rubis
Possam fortalecer teu espírito
Com as chamas rubras
De entusiasmo e vitórias!
- Tão longe e tão perto!...
Que as estrelas voltem a brilhar
E que a brisa cante, em seu bailar,
Ao teu redor...
Que, ao longe cantem,
E os cães que ladram
Tenham o seu fim...
- Eu te ofereço a minha Alegria!...
Portanto:
- Manda a tristeza para mim!...