O ESTRANHO APAIXONADO
Tu que não pensas jamais no ser que não te esquece;
Ignoras quem te cita em sua prece, nunca te aproximas do corpo que te sente;
Ele nem é verdade mas não mente, pois sem tua vinda, mesmo assim te recebe;
Na tua boca sem beijo te bebe, e diz que lhe serve tua compreensão que sequer lhe entende!
Ele te acaricia na tua ausência e te ama nas madrugadas ousadas;
Acerta teu rumo por linhas erradas, segura tuas mãos invisíveis;
A ti se revela em crises indescritíveis, te vê na aparição de teus fantasmas;
Te escuta quando não falas, possui teu ser com suas mãos insensíveis!
Ele é o anjo de guarda que vigia tuas portas;
Lê tua face enquanto não acordas e toma carona no sol que nem percebes;
Suas aparições são muitas e breves, mas em todas não lhe notas;
Te prioriza esse por quem não te importas, sequer atinas ao coração no qual interferes!
Para ti, não passa ele de cena que em nada decorre;
Porque nunca te ocorre que há de estar em ti quem nunca está contigo;
Amor calado e contido, que não divulga a paixão que lhe escorre;
Que só aumenta e nunca morre, amor de alguém desconhecido!