Passionata
De Edson Gonçalves Ferreira
Para Claraluna, Celina Figueiredo, Fernanda Araújo, Henricabílio,
Tera Sá, Susana Custódio, Malubarni e Miguel, Zélia Nicolodi,
Maria Emília Pereira, Sônia Ortega, Kathleen Lessa, Zé Albano,
Edyth Meneses, Meriam Lázaro e amigos do Recanto
Ardo na sarça ardente
Posso não ser Moisés, mas me queimo é de paixão
E não é só o meu Senhor que me chama
Como humano, tenho minhas paixões
Não são poucas, não são tão controladas
Amor tem meias medidas
Amar me multiplica e me santifica
Valerei o tanto que amei e o quanto vivi
Multiplico a moeda recebida
Não aceito rótulos, só ventura
A hipocrisia da sociedade me desoienta
Autêntico é quem ama naturalmente
Ciente de que só temos uma alma e um coporpo
Que o outro é o outro
Que os corpos servem para ligar almas
Embora eles se entendam melhor que elas
O dito original não meu, mas doutro poeta sábio é
Assim, ardo na sarça ardente
Deus Se revela para mim é assim
Grandioso, onisciente, onipotente
Ele ama a todos, indiscriminadamente
Eu sigo os passos Dele
Se não apascento ovelhas,
Apascento humanidade
Sou mais sensual que Salomão
Posso não receber a rainha de Sabá
Mas há realeza no amor que distribuo
São tantos meus amores como os grãos da areia do deserto
Não, porém, um deserto em minha alma
E sim um jardim do Éden
Repleto de flores e frutos
Vem que eu te espero, aflito e louco
Sob as bençãos de Deus, o Misericordioso.
Divinópolis, 08.12.08