HISTÓRIA DE UM AMOR EM SENTIDO ÚNICO

De chávena de café na mão

E um cigarro na outra

Observo o horizonte de cores irreais

Porventura estarei a sonhar

Porque te sinto bem perto de mim

Das coisas intersticiais

Que fazem o homem que sou

Demasiado realista

Mas sem nunca abandonar

Os meus Ideais

Observando os tempos passados

Os tempos que virão

Mas sem olhar para o presente

Não tendo por isso

Aquela desagradável sensação

De te sentir

Mas de não te ver

De estar a cair

Sem me poder mexer

Porque o presente é isso:

Uma queda quase aleatória

De debaixo para cima

Coisas algo estranhas

Mas uma certa estranheza

Sempre foi a minha história

E mesmo assim

Periodicamente dou comigo a rir

Com vontade

E não de uma forma coloquial

Sorrio com o que tenho

Lamentando que não estejas

Dissertando em silêncio sobre tal

Sabendo

Que não levarás a mal

Porque não o sabes

O queres ignorar

E dessa maneira tão própria

Me escondo atrás da árvore venal

Tecendo contas torpes à vida

E pensando se merecerei algum dia o céu

Sem passar pelo purgatório

Porque te Amei demais

Mas foi um Amor em sentido único

Mas não obrigatório…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 08/12/2008
Código do texto: T1325095
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