UMA GAÚCHA QUE SE PREZA...

Sou prenda lá do Rio Grande

Trago no sangue

A honra dos antepassados,

Caráter e ensinamentos

Legado de muitas gerações...

Sou mulher, sou guerreira

Sou fera, sem deixar de ser faceira

Sangue quente, fogosa como ninguém

Vontade férrea, fiel companheira...

Faço e desfaço sem usar desdém...

Gaúcho,

Um dia te chamei amigo!...

Abri as portas d’alma

Entreguei o coração...

Não era muito,

Mas o que tinha era teu!...

Dei-te todos os direitos

Ser amigo!...

Ser amante, companheiro...

Entreguei corpo e alma

Com um sorriso daria a vida...

Como dei de mim tudo o que tinha

Dos direitos que te passei

Nem um foi com restrições...

Ilimitado era o meu querer

Deles farias o uso que bem quisesse

Tinhas direitos reais e verdadeiros!...

Só um eu não te permiti...

O direito de magoar

Direito de machucar...

Ferindo fundo este coração

Um coração que é amor,

Que por ti batia forte

Confiava como jamais confiou

Sonhador em tuas promessas acreditou

Para ver-se abandonado

Em meio à tempestade

Barco a deriva, sem rumo nem condição...

Meu gaúcho, gora tudo é passado

Chorar pra que?!...

Esta prenda que já foi tua

Que chegou de braços abertos

Trazendo o mundo para te oferecer

Recolhe as pilchas e como chegou vai saindo

Bem de mansinho segue o rumo do universo

Segue o caminho que lhe foi traçado...

Vai para não mais voltar,

Ferida sim!...

Mas à ti só deseja o bem,

Tua gauchinha não guarda mágoas...

Leva consigo a triste desilusão

Deixa um grande e forte abraço

O desejo de uma vida plena de felicidade,

Com um beijo recolhe os restos do coração,

Tudo foi suportável, até mesmo a indiferença,

Só não há como suportar a falta da tua mão

As dores da humilhação!...

Adeus meu gaúcho,

Até uma próxima encarnação...

Santo André

SP-BR

CCristal
Enviado por CCristal em 01/04/2006
Código do texto: T132295
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