Poema de Jennifer
Poema de Jennifer
Eu acho que nem os pássaros notaram de imediato a beleza do céu.
E até pode ser que o ser humano jamais desvende o verdadeiro segredo das estrelas.
Pode acontecer também que a noite alguma vez, por ter saudade do sol, não retire o seu véu.
E que os escritores se percam de vez no mundo das suas histórias e suas princesas.
Então...Eu pergunto aos seres que habitam esse mundo comigo:
Quem pode me castigar por eu não ter notado que a beleza das estrelas é maior do que eu pensava?
Quem pode, mesmo desejando, atirar a primeira pedra e ficar bem consigo?
Ou então, quem pode tentar me criticar só porquê eu conheci uma beleza que eu não esperava?
Uma certa pessoa disse que há mais mistérios entre o céu e a terra do que nossa vã filosofia pode compreender.
E eu sei que os pintores têm muitas inspirações, mas que pintor não se surpreendeu pintando algo que não esperava, ou achando belo algo que não tinha visto ainda?
E que poeta não se emocionou em acordar de madrugada e sentir a inspiração de um novo amor para escrever?
Ou ainda, um rapaz que acaba de escutar um não de sua amada e na rua, ao seu lado recebe um olhar de uma pessoa ainda mais linda?
E eu pergunto ainda...Quem nunca se assustou ao se olhar nos olhos no espelho?
É dessa forma que me vi.
Me vi refletido em um olhar, eu me vi como nunca me vejo.
E o tempo, naqueles dois segundos, passou e eu nem senti!
Eu perguntei ao mundo se tinham coragem de me julgar por nunca ter visto esse espelho...
Mas eu mesmo me castigo com a dúvida...
Por tanto tempo eu a vi, mas não a notei... E, com um olhar apenas, ela desbravou os segredos da minha alma, ela pareceu conhecer meu mais guardado segredo.
Uma verdade sobre mim, que guardo a sete chaves... Única.
Como pode, apenas alguns segundos de olhar, ter tanto poder?
Em meio à casa de Deus eu fui vencido.
Minhas forças naquele momento foram varridas para algum lugar que eu não pude reconhecer.
E quem, neste mundo vil pode me julgar por ter esta batalha perdido?
Ela perfurou minha alma como uma espada de prata.
Derrotou as esfinges, os encantos, as proteções todas que eu havia colocado ali para proteger aquele solo sagrado.
Eu escrevi na minha alma poderosas palavras de proteção, e mesmo assim, tenho certeza, ela permaneceu por alguns segundos na sala sagrada.
Ela caminhou rapidamente onde apenas Deus e eu havíamos estado.
A verdade é que ela mudou algo em minha alma...
Quem sabe o quê...
Eu mesmo não sei...Mas sei que jamais seria algo de vil...De mal...Ela deixou com seu olhar uma palavra.
Mas quem sabe qual, e o porquê?
Apenas sei de mais uma coisa que ela deixou fluindo dos meus olhos.
Saudade...
Que se transforma em confusão...Em desejos...Em sonhos.
E volta a ser saudade, mesmo quando eu não a vejo, pois tenho medo...Tenho medo pela condenação de erros passados...Tenho medo...Mas sei que no instante em que eu a vir, talvez eu descubra a verdade.
Eu me pergunto constantemente o que acontecerá na próxima vez em que ela olhar...
Em que ela mergulhar no mais profundo dos meus olhos e me afogar no mais desconhecido de seus olhos.
Eu me pergunto se não é o destino...Ou se não é apenas mais uma das suas diferentes maneiras de brincar.
Eu realmente não sei...E nem sei porque ela habita às vezes os meus sonhos.
Mas digo que...Meus olhos se tornaram diferentes...
Agora a vejo de uma forma que nunca havia visto antes, essa é a verdade.
Como se ela fosse o mais lindo dos seres.
Ou como se ela fosse a beleza da lua na terra...Uma lua cheia que brilha através da escuridão sob o céu da cidade.
Seus cabelos negros...
A noite...
Seus passos calmos...Seus gestos encantadores e verdadeiros.
E o dia...Sua pele e seus olhos...Sim o dia, transformado em um brilhante diamante, perdendo sua habitual e vil jóia escarlate.
Ela é bela sim...
A senhora dos encantos...
Uma cura para mim...
Talvez...A rainha dos sonhos.
E apenas o que sei a seu respeito é seu nome:
Jennifer