Tu és Meu Ópio.

Sou teus pecados,

Teus desejos mais profundos,

Tuas paixões alucinadas

E todos teus erros passados.

Sou a exata dimensão do inexistente

Que habita teu ser desgovernado.

Sou a lama e a flor de tuas andanças.

Sou a pureza de teu amor

E a amargura de tua solidão.

Sou o prazer que te apraz

E o lastro da tua insensatez.

Sou a liberdade do teu prazer

E a prisão de tuas escolhas.

E para mim, quem tu és?

A carne que me faz pecar,

Enchendo-me de desejos a te amar.

És a gloria de meus sofrimentos

Quando desconhecia o jeito de amar.

És o doce que tempera meu prazer

E o ópio que me envenena de orgasmos.

És a temperança de minhas vontades

E a realização de minha masculinidade.

És o maior amor em retribuição

A todos os pecados que me são doados.

Carlos

A alguém em especial.

Carlos Neves
Enviado por Carlos Neves em 06/12/2008
Reeditado em 16/07/2009
Código do texto: T1322170
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