Infância

Ah se eu pudesse voltar à infância e dela colher
As flores que lá deixei; olhar para o alto das montanhas
E ver a neblina sobre os rochedos se desfazer,

Acordar bem cedo, antes de o galo cantar, ouvir
Das aves o tilintar; o amor antigo reconquistar
E nas asas do sonho, sem medo de ser feliz viajar.

Contaria histórias mil, até mesmo do meu penar
Do ego folhas secas varreria, de amor me fartaria
Ao sonho reviver, cantaria canção ao luar
E na maior calmaria esperaria a beleza chegar.

É apenas desejo de poeta que só sabe sonhar, tentando
De todo modo o caminho encontrar, dar vida
Ao que vida não tem, desprezando o mal e angariado
O bem para no futuro o mundo transformar.

Mas se a vida colorida não puder ser, faz mal não.
Conformar-me-ei também com o soluçar de dor
Porque nos corações o amor não tarda chegar.
R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 05/12/2008
Reeditado em 06/12/2008
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