A NOSSA PAIXÃO
Uvas frescas alcançando tua boca, água pura que despenca em cachoeira;
Chuva fina misturada ao aroma da poeira, beijo ensolarado da manhã pela janela;
Prazer iluminado a luz de vela, cântaros rompidos por caldas de cerejeira;
Flexa de paixão certeira, alazão que ao céu conduz em nuvens com forma de sela!
Salivas doces como a cana, desaguadas em mares felizes de prantos;
Bocas sob transes e quebrantos, drenos sudoríparos rompidos de folia;
Carcerária euforia atuando em comatoso leito florido de encantos;
Fanfarras pecaminosas de sequiosos santos, em serial carnal sinfonia!
Fruto insano do suor coagulado, fome apetecida ao longo da pele condimentada;
Ladrilho de rosas a cada passo na estrada, essência real no frasco do conto de fadas;
Braços penetrantes qual espadas, totalitário reino da volúpia indomada;
Coisa da qual mesmo o tudo se reduz a nada, é o que digo de nossa odisséia apaixonada!