A NOSSA PAIXÃO

Uvas frescas alcançando tua boca, água pura que despenca em cachoeira;

Chuva fina misturada ao aroma da poeira, beijo ensolarado da manhã pela janela;

Prazer iluminado a luz de vela, cântaros rompidos por caldas de cerejeira;

Flexa de paixão certeira, alazão que ao céu conduz em nuvens com forma de sela!

Salivas doces como a cana, desaguadas em mares felizes de prantos;

Bocas sob transes e quebrantos, drenos sudoríparos rompidos de folia;

Carcerária euforia atuando em comatoso leito florido de encantos;

Fanfarras pecaminosas de sequiosos santos, em serial carnal sinfonia!

Fruto insano do suor coagulado, fome apetecida ao longo da pele condimentada;

Ladrilho de rosas a cada passo na estrada, essência real no frasco do conto de fadas;

Braços penetrantes qual espadas, totalitário reino da volúpia indomada;

Coisa da qual mesmo o tudo se reduz a nada, é o que digo de nossa odisséia apaixonada!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 05/12/2008
Código do texto: T1320143
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