AMOR A MIL POR HORA

Um carro em movimento sinuoso, dois corpos confundidos;

Impulsos detidos não por muito tempo, um adeus a toda contenção;

Uma audaciosa mão, empecilhos plenamente vencidos;

No acostamento murmúrios e suspiros, furiosa vazão!

Lábios vilões de afãs vulgares, olhos perdidos no céu do prazer;

Bocas que nada queriam dizer, verbos digitados no corpo;

Claustro absorto no gosto a dois e por ambos os poros a se verter;

Bancos traseiros a lhes receber, na viva sentença de um pudor morto!

Pedaços de trajes perdidos ao léu, o tudo se dando imponente;

Volúpia animal esculpida em coito de gente, fome indecente sob celebração;

Ombros cravados por unhas sem ponderação, ato ao mundo indiferente;

Ali todo o resto era o nada ausente, presente somente a latente invasão!

Era dia quando tudo começou e só a noite testemunhou a exaustão a lhes vencer;

Até a combustão arrefecer e a canção partir no tom de outra sinfonia;

Ela em lembranças agora se perdia, do que nem mesmo o futuro lhe faria esquecer;

Ele dela se lembra quando o carro volta a ver e quis eternizá-la nessa poesia!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 02/12/2008
Código do texto: T1314626
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