O SERESTEIRO E EU*



Era noite de verão,
No céu uma Lua clara
Derramava o seu brilho
Iluminando o chão.

Na rua um Seresteiro,
A Lua reverenciava,
E numa canção dolente
A sua amada chamava.

E o perfume de jasmim,
Minha alma inebriava,
Trazendo do meu passado,
O homem que eu amava.

Em noites de Lua clara,
As suas juras de amor,
Em versos só para mim,
Docemente declarava.

O tempo passa e não vê,
A tristeza de ninguém,
Nem se importa em saber,
Se eu choro por alguém.

Com saudade de um tempo
E daquele amor perdido,
Que ficou meio esquecido
Num cantinho do passado.

Agora reina o silêncio,
Eu me enrolo nos lençóis,
O Seresteiro já não canta,
Eu durmo pensando em nós.