Ode ao exagero

Ode ao exagero

O que a noite me arranca o sono

E assim insone, me faz prantear

Então aos prantos sinto perpassar

Pela minha cama um triste pensamento

O que me veste com terno de farpas

E então me mata por um só momento

E traz o som de mil funestas harpas

Nas mãos doridas de anjos sangrentos

Pífia carícia que me atrapalha

E me retalha os órgãos por dentro

Que me sufoca e o que me traz alento

Que me beatifica, que me enxovalha

Que me faz execrado e que me expatria

Que me mostra aos músculos a desobediência

Que me mata as noites e me queima os dias

E me traz sorrisos da minha vil demência

Que me arruína as veias e a aparência

Que me traga a pele e o meu sangue talha

E me fere em chagas, e me estraçalha

E me pesa ao corpo a dor da tua ausência

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 01/12/2008
Código do texto: T1313681