DESEJO LOUCO DE AMAR (Poema para Basilissa n. 13)

(Sócrates Di Lima)

Minha paixão, perco-me nos teus braços imaginários,

Soluço agora na saudade da tua ausência.,

Quanto te sinto, sinto-me em orquidários,

E dessa beleza minha saudade é consequência.

IMagino-me perdido no teu corpo úmido,

Encontro-me agora no meu desejo lascivo.,

Ouço a ilusão de um gemido,

Que ecoa no meu desejo compulsivo.

Minha alma não é tua, mas meu coração é teu,

Não posso lhe doar minha alma de jeito algum.,

Ela é sustentáculo da devoção do sentimento meu,

E não suportaria perder os laços que nos é comum.

Quero-te na simplicidade do teu viver,

Desejo-te na voracidade do meu querer.,

Necessito-te na sobrevivência do meu ser,

Para que minhas emoções possam te pertencer.

Não quero te perder simplesmente,

Meu tempo parou na tua chegada.,

Não há mais escuridão na minha mente,

Não há mais o presságio da revoada.

E se por ventura se um dia tiveres que me deixar,

Ainda assim, não poderei me queixar.,

Pois contigo aprendi a me libertar,

Das amarras que me faziam chorar.

E quando tua voz na minha alma ecoa,

Não é como um grito de pavor ou medo.,

É um sussurrar de cantos que o meu corpo entoa,

Anunciando um despertar em tom de enredo.

Teu riso desperta o meu lampejo,

È satisfação que parece não existir.,

Traz um toque suave do teu imaginário beijo,

Anunciando que há beleza no teu porvir.

Mas quando tua voz desfalece,

Sinto o medo tremer o teu falar.,

Esse medo de que o teu corpo padece,

Em se perder nos meus braços sem pensar.

E eu quero não trazer-te tormento,

Mas há algo mais forte a me empolgar.,

Recolho-me na insignificância do questionamento,

De fugir, renunciar a esse desejo louco de te amar.

(Em 22/12/2008, 20h43min., registrada)