Lampejo

A saudade é passageira, a vida muito ligeira
Que a esperança nem chega se concretizar.
Morre-se ao poucos neste mundo quase louco
Cujo lema é bater e apanhar.

Olha-se para o céu, nuvem negra é o véu
Pesadelo do sonhar. Ama-se o desamor
Canta-se o horror em noite linda de luar.

De degrau em degrau, faz-se de um tudo o dito
Abelhudo para o amor perecer, recolhe-se o lixo
Das idéias à velha epopéia o tempo todo a morrer.

Relembram-se velhos carnavais que com o tempo
Tanto faz inexistir ou viver, recosta-se de amor
Latente na pele macia e carente que um dia
Pôs-se de repente na loucura se perder.

Ama e desafeiçoa, desafeiçoa e ama, faz-se amor
Na cama fingindo no momento do prazer
Não importa se na alma viva ou morta bate
Em sua porta a alegria ou o sofrer.

E assim vive a humanidade em busca da felicidade
Vendo tudo se envolver Vive-se atribulado
O que não pode ser, esvaindo-se o amor e o bem-querer.
R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 01/12/2008
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