Ao amor que um dia terei
Olha-me e então nada mais existe.
Da inquietude plena de minha vida triste,
Tudo levas com o silêncio despretensioso do teu sorrir.
O que ilumina em extensão é a tua presença,
Ainda que nada digas irradias luz intensa,
Como estrela nova no céu ao surgir.
Quando me beijas, cobre-se de rubor minha fronte,
Tal qual o arrebol cobre o horizonte
Cada vez que o sol se apronta para partir.
Pergunto-me se no momento em que me abraças
Percebes o fulgor que nas minhas veias passa
Ou se apenas eu o posso sentir?
E quando me contas coisas do mundo no ouvido,
Finjo nada saber para que permaneças envaidecido
E ainda me vejas como a tola criança apaixonada por ti.