A SENTENÇA DA ROSA

A SENTENÇA DA ROSA

Sandra Fayad

 

 

Rosa murcha mergulhada

No meio do meio copo d’água.

- Copo de vidro transparente!

Folhas cabisbaixas, amareladas

- Olham pra mesa ou pra nada?

Haste ereta, mas podre.

Pétalas cadentes, arroxeadas

Despencarão ao simples toque.

- Se não queres sujar a mesa

Não mexe! Não toca!

- Está morta?

- Essa, nem comporta

Banho de formol...

 Já cumpriu seu papel.

Nasceu botão, abriu-se ao sol,

Deixou-se escolher (como eu).

Para ser usada como anzol:

Fisgou um coração solitário,

Em momento crucial.

- Pecou!

Não lhe ofertou um santuário.

Foi co-responsável por tê-lo

Confinado em um aquário:

Onde adoeceu!

No confessionário

Penitência dura: Morrer!

- Mereceu?

 

Bsb, 28/11/2008

 


Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 30/11/2008
Reeditado em 02/03/2010
Código do texto: T1311699
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