Medo de amar

Havia em seu olhar
algo de incerto naquela tarde
distante da sua sobriedade
carente de entendimento e verdade

Teu corpo sublime, esboçando fragilidade
traduzia estranhamente a mesma incerteza
e ali me pus a te olhar por dentro
alheio até mesmo à sua estonteante beleza

De nada adiantara fixar-me em você
tentando desvendar o que de errado havia
foi no seu olhar profundo que pude perceber
era a luta de me amar e saber que não podia.

Foi então que descansou teu rosto em mim
despejando um sorriso sereno em meu peito
mas não havia mais nada a entender
muito menos havia algo a ser feito

Determinante momento aquele
em que percebi o quanto me queria
quando acordou retomou todo o medo
de saber que me amava, mas não devia...

Quase eu me desespero então
por ver você assim tão longe e tão perto
mas sua doce voz acalmou meu coração:
"Fica tranquilo. Vai dar tudo certo"     

Assim também espero.....

Edu Silveira
Enviado por Edu Silveira em 30/11/2008
Reeditado em 02/12/2008
Código do texto: T1311691