AMOR EFÊMERO


O amor se esvai ao vento
E escapole por entre os dedos
Foge, pula, e não se deixa
Aprisionar, pois que é fluido

E se esconde em qualquer cântaro
Visto não ser cingido ao tempo
E a se iludir um pobre fátuo
Erriça a pele um bobo incauto

E arriscam os olhos que flamejam
Que num pressago vê-se em morte
Fugindo dela que à socapa
Tenta entender-se o taciturno

Nem sabe o pasmo de vivê-lo
Em qual perfídia se atolou
Mas lobrigando sonha ao menos
Viver o amor, mesmo que efêmero
Roberto Dourado
Enviado por Roberto Dourado em 30/11/2008
Código do texto: T1311007
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