Sem nome

Graciosa e suave, vieste

Irrompeste das trevas,

Entraste com uma leveza celeste

Por minhas entranhas

Passaste o contrário do tempo que tinhas

E ficaste ao contrário da minha vontade

Trouxeste o olor de castanhas

Silvestres,

Com menos que um silvo vieste,

Discreta, selvagem e tola,

E feriste como a peste

Molestou grandes cidades

Coubeste com o encaixe perfeito,

No espaço por entre meus braços,

Provaste nenhum proveito,

Mas tocaste-me e me arrepiaste

Beijaste-me um beijo de santa

Tiraste-me as verdades pagãs

Trouxeste meus olhos pra ti

Metal atraindo imãs

Me traíste sem nunca amar-me

Me tiveste sem nunca querer-me

Sorriste na hora errada,

Passaste o contrário do tempo que tinhas

Olhaste na hora marcada

E ficaste ao contrário da minha vontade,

Falaste palavras sagradas

No espaço por entre meus braços

Respiraste ares amargos

Mas tocaste-me e me arrepiaste

E todos os meus caminhos me levam pra perto de ti

A graça veio suave

Entrou leve no meu céu,

O tempo que tinhas passou ao contrário

E minha vontade inverteu-te.

Te quero sem nunca te ter

Te amo sem nunca te trair

Estiveste na hora errada, falaste palavras erradas

Olhaste nas horas erradas,

Partirás também a mesma hora.

E na mesma hora deixará de olhar.

E na mesma hora emudecerá.

Tal como vieste vás.

Vieste na hora errada.

Na hora errada também partirás.

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 28/11/2008
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