Comunhão
Traga pra casa todo dia
-se você quiser!-
A parca féria do seu suor diário.
Traga a marmita cansada
De ir e vir involitiva,
Alheia ao pão dormido.
Traga sua dor
A ser repartida em silêncio,
Misturada aos sonhos
Mais uma vez adiados.
Traga seu cheiro de insatisfação
E sua voz grave, grávida de contestações.
Traga seu milhar de espinhos cotidianos,
Mas deixe lá fora o tédio da rotina íntima.