Comunhão

Traga pra casa todo dia

-se você quiser!-

A parca féria do seu suor diário.

Traga a marmita cansada

De ir e vir involitiva,

Alheia ao pão dormido.

Traga sua dor

A ser repartida em silêncio,

Misturada aos sonhos

Mais uma vez adiados.

Traga seu cheiro de insatisfação

E sua voz grave, grávida de contestações.

Traga seu milhar de espinhos cotidianos,

Mas deixe lá fora o tédio da rotina íntima.

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 28/11/2008
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