Ontem de manhã
A noite foi companheira fiel e quente
O silêncio da madrugada me percorreu incessantemente
Até então, não sabia qual mensagem a vida me traria
Mas dentro de mim o fogo ardia continuamente
E no despertar do sol minha alma se encheu de luz
Foi aurora plena em mim, relendo velhos textos descobri
Meus dias sempre foram azuis celestes e ele estava à minha frente
Ouvindo o meu silêncio em mim explodiram estrelas
Sempre fora como de costume clara à minha profundeza
E nesse clarão olímpico e legítimo deu-se a razão da busca
Aqui dentro habita um abissal mistério, lúcido e alvo
Todas as lágrimas fizeram-se chuva em meus olhos
Cessou-se a investigação, o AMOR me descobriu
Me despiu, invadiu-me por inteiro, pertenço ao sagrado
Sou toda do meu amado e ele me libertou
Sou livre para amá-lo e sou mui amada
Procurei-o estradas a fora sem descanso aos pés
Corri desesperadamente, escalei todas as montanhas
E ontem de manhã, rendida aos seus pés ele me tocou
Como quem tira o véu dos olhos e se entregou a mim
Ontem de manhã o AMOR me encontrou e me libertou