Suave chuva

A superfície enrugava , recebendo chuva,

E chorava pontinhos d’água, formando

Uma cabeleira de cascata em bolhas bailarinas

Gotinhas surravam os roseirais com ondas peroladas,

Pareciam gotas prateadas de grande solidão...

Enquanto a samambaia sentia no dorso a mão fria

Da mãe terra , em doses doces de perfume acre

O ar recebeu com hilaridade o frescor da manta suave,

Sementinhas choronas, abriam seus olhos verdes de esperança

Rompendo a letargia que cumprimentava vida

Nem mesmo o bulcão de nuvens nervosas , avermelhadas

Pelo sol, rasgava as nuances do velho vento de matiz nebuloso

A escuridão deitava em belos travesseiros de nuvens brancas,

Embaraçando os cabelos da noite que nascia dengosa