Amar é tornar-se inteiramente vulnerável

É caminhar no escuro,

Ouvindo a sedução de uma voz amável

Que nem sempre verbaliza o que sente.

É ser presa inconsciente ou não

De sentimentos que dominam a razão.

Entregar-se como quem deposita a vida.

E caminhar de olhos vendados,

Acreditando-se conduzido seguramente.

 

Amar é destituir-se de autonomia

Depositando no outro sua essência.

Seguir a ermo, até que se desvende o verdadeiro.

Não há amor na entrega absoluta.

Necessário se faz amar-se

Perdendo-se no outro

Também me perco.

E se não me amo, cometo o engano

De me encontrar sem vida

Quando o amor se vai.

 

Amar é ser íntegro

Apaixonado e inteiramente feliz

Pelo que se é

É no amor próprio que nos descobrimos

Senhores absolutos de tudo que sentimos.

E só assim livres para amar.