Não diga a ninguém quer deste amor outrora afivelado
Se ingrato é ou humilde o coração teve e até agora tem
Não diga a ninguém se fizera sofrer., por amor culpado
Porque se isso fizera fôra do ciúme cego em se desdém!
Não diga a ninguém, que se calei foi do amor refreado
Pois se sofro as agonias a que me chegaram morbidez
Não é direito saber se bem vivi,ou se louco desalmado
Como não deverei compartilhar minha total impolidez
Não diga a niguém que se no amor fizera cego este ser
Que por querer-te tanto esqueceu de si e vive a sombra
Não cabe a ninguém dar-me valor ou o mesmo dele ter
Quando meu lar constituído não é impelido a alfombra
Não diga a niguem nem mesmo a tua família se és feliz,
Pois que se a maltrato,se deste meu sentimento zombas
Não competirá a ninguém da nossa casa mostrar-se juiz
Quando o sofrer de um casal,num empecilho te tombas!
Não diga a ninguém que acabrunhado passo meus dias,
Que deste meu sofrimento que muitos sem pena viverão
Não se engane,da desgraça do vizinho que humano afia,
Quando na intolerância o sofrer torna permanente ilusão!
Não diga a ninguém que estes meus cabelos grisalhos
São fontes nostálgicas ilusórias do viver amargurado
Que sofrer condenado, mil vezes penas pagar,atalhos!
Quando a sorte grande mesquinha nos faz ignorados!