À LUZ DO MEU OLHAR
Estrada deserta, nas casas lampiões acesos,
A impressão era de que nada mais me restava
Senão o medo, medo da solidão que naquela
Penumbra invadia minha alma e torturava
Impiedosamente meu afetuoso coração.
A fraca luz dos lampiões nas humildes moradias
Animava meu ligeiro e impreciso passo, enquanto
Eu tentava desvendar, ao ocaso, sonhos subjugados
Logo as mãos cálidas da noite abriram-se gratuitas
Quais flores mais bonitas acariciando minha ilusão.
Lua de São Jorge clareando tudo se aproximou
Mostrando a doçura da vida, a clareza dos sonhos
Aos que com o amor nunca havia sonhado, fez
De mim seu prisioneiro como se eu contra ela
Tivesse, por algum motivo censurável, me debelado.
Da treva fui banido, o caminho certo eu encontrei,
Ultrapassei montanhas, enfrentei tempestade e vendaval,
Maré cheia atravessei a nado, tudo fiz por este amor
Idealizando sonhos que jamais serão concretizados.