À LUZ DO MEU OLHAR

 

Estrada deserta, nas casas lampiões acesos,

A impressão era de que nada mais me restava

Senão o medo, medo da solidão que naquela

Penumbra invadia minha alma e torturava

Impiedosamente meu afetuoso coração.

 

A fraca luz dos lampiões nas humildes moradias

Animava meu ligeiro e impreciso passo, enquanto

Eu tentava desvendar, ao ocaso, sonhos subjugados

Logo as mãos cálidas da noite abriram-se gratuitas

Quais flores mais bonitas acariciando minha ilusão.

 

Lua de São Jorge clareando tudo se aproximou

Mostrando a doçura da vida, a clareza dos sonhos

Aos que com o amor nunca havia sonhado, fez

De mim seu prisioneiro como se eu contra ela

Tivesse, por algum motivo censurável, me debelado.

 

Da treva fui banido, o caminho certo eu encontrei,

Ultrapassei montanhas, enfrentei tempestade e vendaval,

Maré cheia atravessei a nado, tudo fiz por este amor

Idealizando sonhos que jamais serão concretizados.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 24/11/2008
Reeditado em 24/11/2008
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