SÓ O AMOR EXPLICA O AMOR
Quisera eu compor palavras segundo teus merecimentos;
N'algum filosofar ponderar meus pensamentos de febril elevação;
Conhecer os vértices em que se dão fugas e entrelaçamentos;
E assim iluminar esses intentos que não encontram alguma tradução!
Se fui capaz de alçares tantos, por qual razão não acho essa vazão?
Uma resposta à inquietação traria algum alívio ao meu conflito de mudez;
Será que o vernáculo português perdeu para a minha voraz paixão?
E só quem me entende é o coração, que é vítima e vilão do que me fez?
Há tanto tempo sou eu o sonhador de almejos e questões;
Laçado por cordões que apertos me ofertam e luzes me ignoram;
É hora de negar respostas que me imploram, reter o que suplanta explicações;
Melhor que a falta de explanações é possuir os braços em que meus abraços moram!