PERDOA
Perdoa esse meu jeito teatino,
Que sempre trompa o destino
Sem querer acompanhá-lo.
Perdoa o meu coração aflito
Que quis o pago bendito,
Um ranchito e bom cavalo!
Perdoa esse meu jeito de fora
Que a cantilena da espora
Ritmou sem maestria...
Perdoa se te quero, mas não digo,
Pois nem ao melhor amigo
Das paixões eu contaria.
Meu corpo guarda o teu abraço.
Minha boca o gosto do beijo.
Poesia, cadência e compasso,
De paixão, amor e desejo!
Perdoa esta falta de juízo.
Se de ti tanto preciso...
E minha boca se cala.
Perdoa se por rude sou sincero
E hoje digo que te quero
Na milonga que se embala.
Perdoa o tempo que não foi nosso
Pois voltar eu já não posso.
- Refazê-lo não podemos -
Mas ouça: O ranchito está arrumado,
Pra que o amor venha dobrado,
Pelo tempo que perdemos...
Melodia: Vitor Amorim