A VISITA DE UM DEUS
E se após abrir a porta, descobrires que sou eu?
Trazendo as flores que ninguém te deu, surgindo sem qualquer enunciação;
Um poema em dourado cartão, olhar fulminando os olhos teus;
Qual mitológico deus, com a missão de sequestrar teu coração!
E se roubar o teu abraço e te enlaçar desavisadamente?
Semeando confusão por tua mente, sugando teu último ar;
Sobre as poltronas te amar, no chão a te sorver enlouquecidamente;
Qual furacão impenitente, devastando o teu pomar!
E se após esse insano banquete, me for tão repentino tal como vim?
Deixando flores carmesim e o meu cheiro perdido dentro em ti;
Partindo sem dizer pra onde ir, porém contigo em mim;
Voltando em asas de serafim, para o mesmo lugar donde sempre te vi!
"As miragens do amor jamais serão mito aos olhos do coração"